Um tratamento revolucionário foi aprovado para o câncer de mama avançado HER2-low, nos Estados Unidos, em julho deste ano. Trata-se do medicamento trastuzumabe deruxtecana, anticorpo-droga comercializado com o nome de Enhertu.
Sua aprovação foi realizada pela Food and Drug Administration (FDA) com base no estudo DESTINY-Breast04. O uso do trastuzumabe deruxtecana resultou em sobrevida global e livre de progressão significativamente mais longa do que a quimioterapia de escolha do médico.
A autorização de novos tratamentos abre espaço para discussões sobre custo-efetividade, projeção de demandas e impacto orçamentário, principalmente quando se trata de medicamentos de alto custo. É sobre isso que vamos conversar hoje.
Custo-efetividade
As análises de custo-efetividade são utilizadas para comparar diferentes intervenções (para um mesmo objetivo), através da análise de seus custos e unidades naturais de saúde. Estas últimas são encontradas em ensaios clínicos, podendo ser as chances de cura, mortalidade, efeitos adversos e hospitalização, por exemplo.
Embora tal métrica seja fundamental para avaliações econômicas em saúde, o custo não deve ser o único objeto de análise. Também existem outras barreiras na adesão de novos medicamentos, como a seleção dos pacientes para os melhores tratamentos.
Como nos alerta o Dr. Pedro Aguiar Junior, Doutor em Ciências e Mestre em Tecnologias e Atenção à Saúde, é preciso selecionar os pacientes que se beneficiam, de fato, de determinado tratamento. “Até uma dipirona desnecessária é cara, imagine um medicamento de alto custo?”.
Isso, claro, não deve ser uma barreira de acesso. É preciso otimizar o uso dos recursos, individualizar o tratamento e apostar em estratégias como a medicina personalizada.
Projeção de demanda e impacto orçamentário
A projeção de demanda é uma análise realizada com o intuito de garantir que as necessidades dos pacientes sejam supridas, mas sem gerar desperdícios de medicamentos e recursos.
Não se trata de uma certeza, afinal, as previsões são passíveis de imprecisões. Existem fatores que influenciam na projeção de demandas, como a economia do país e aprovação de novos tratamentos, por exemplo. Porém, é uma avaliação que contribui para a tomada de decisões.
Um medicamento pode ser custo-efetivo, mas — se a demanda for muito alta — o impacto orçamentário tende a ser grande. Inclusive, algumas tecnologias não são incorporadas por esse motivo.
Por isso, também é importante realizar uma análise do impacto orçamentário. Através dela, é possível estimar as consequências financeiras da adoção de determinado tratamento e os recursos adicionais necessários. Sendo assim, não envolve a efetividade do medicamento, apenas questões relacionadas aos seus custos.
No caso do Enhertu, quando estiver aprovado no Brasil também para o tratamento de mama do tipo HER2-low, pode representar grandes impactos orçamentários. Afinal, ele alcançará um público bem mais amplo.
Há outros fatores que contribuem com esse possível impacto orçamentário. Um deles diz respeito às aprovações seguidas do medicamento. O Enhertu já havia sido aprovado para o câncer de mama a partir da terceira linha. Agora, menos de um ano depois, teve sua aprovação para a segunda linha em diante.
Financeiramente falando, isso causaria uma espécie de acúmulo de resultados, já que não deu tempo para os números se estabilizarem. “Na hora que você vir o impacto orçamentário, não vai conseguir dimensionar o que é segunda e terceira linha”, explica o Dr. Pedro Aguiar.
Por outro lado, do ponto de vista médico, o novo tratamento apresenta vantagens significativas para o paciente. “Os benefícios promovidos pelo trastuzumabe-deruxtecana são expressivos e sem precedentes”, comemora.
Um pouco mais sobre o Enhertu
A terapia com Enhertu age diretamente na célula tumoral, através de uma técnica que pode ser explicada como um “cavalo-de-troia”. Trata-se de um anticorpo monoclonal conjugado a quimioterápico inibidor da enzima topoisomerase.
Na pesquisa, foi constatado que o trastuzumabe deruxtecana é capaz de dobrar a sobrevida livre de progressão para o corte de receptores hormonais positivos. Este atinge 10,1 meses, contra 5,4 meses da quimioterapia de escolha do médico.
Graças a todos esses benefícios, que representam uma revolução na oncologia, a probabilidade é que o tratamento seja aprovado e administrado com preferência, em breve, também no Brasil.
Principalmente por se tratar de um medicamento de alto custo, as instituições de saúde precisam começar a se preparar para essa novidade. Nesse caso, pode contar com o apoio da Pharmae-Connection.
Somos especialistas em potencializar os resultados financeiros de hospitais, operadoras e clínicas, através da tomada de decisões baseadas em evidências e inteligência de mercado.
Visite o site e conheça nosso negócio: https://pharmae-connection.com/.
—-
O time de comunicação da Pharma e-Connection agradece ao Pedro Aguiar Jr, nosso entrevistado para a produção deste material.
#Enhertu #Oncologia #CancerDeMama #GestaoHospitalar #Medicamentos #Medicina #PharmaeConnection